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Fungos

A Micologia (do grego mikes: 'fungo'; logos: 'estudo') é a ciência que estuda os fungos e, nesse post, iremos ver um pouco mais sobre o assunto:


Definição:


Indo contra o senso comum, e alguns estudos mais antigos, os fungos se aproximam mais do Reino Animal do que do Reino Vegetal, já que são heterótrofos (vegetais são autótrofos), não possuem pigmentos fotossintetizantes (vegetais, sim) e utilizam glicogênio em processos metabólicos (como os animais).

Constituídos no Reino Fungi, encontramos espécies como os famosos cogumelos (1), bolores (2), leveduras (3) e orelhas de pau (4), além de outros organismos diversos, com sua grande variação de formas e tamanhos.


Curiosidade: o maior fungo conhecido vive sob o solo estadunidense com aproximadamente 9km²!


















Características Gerais:

  • Vivem no solo, alguns na água ou ainda em organismos, de forma geral, em lugares úmidos e ricos em matéria orgânica;

  • Eucariontes;

  • Heterótrofos, ou seja, não produzem seu próprio alimento, dependendo da ingestão de matéria orgânica por meio de absorção;

  • Sapróbios (decompositores, se alimentam de organismos mortos) ou parasitas (se alimentam de organismos vivos);

  • Unicelulares (como as leveduras) ou multicelulares (como os cogumelos e bolores);

  • Parede celular de quitina (polissacarídeo);

  • Sua reserva energética é em forma de glicogênio;

  • Produzem esporos (de forma sexual, por meiose zigótica, ou assexual, por mitose);

  • Aeróbicos (precisam de oxigênio para viver), anaeróbicos (oxigênio se torna toxico) ou anaeróbicos facultativos (utilizam oxigênio mas se não houver, realizam fermentação).


Importância:


  • Servem de alimento;

  • Produção de pão, bebidas, queijo (lembrando que anaeróbicos facultativos, quando na ausência de oxigênio, fermentam);

  • Antibióticos (penicilina foi o 1° antibiótico conhecido);

  • Pragas agrícolas (causam doenças em plantas, e, por consequência, a devastação em algumas plantações);

  • Afeta a saúde pública (causa doenças como o sapinho, candidíase e pneumonia);

  • Controle biológico (fungo numa barata, joga a barata na colônia de baratas, colônia mata a barata);

  • Associação com seres vivos (liquens e micorrizas);

  • Podem ser alucinógenos e venenosos.


Organização corporal:

A) Hifas – conjunto de hifas é o micélio. As Hifas podem ser de duas maneiras:

  1. Septadas - (possuem septos) esses septos são como individualizações que permitem a troca de substancias entre si. Os septos podem ter 1 núcleo (monocarióticas) ou podem ter 2 núcleos (dicarióticas);

  2. Cenocíticas - não possuem septos.


B) Micélio – é um conjunto de hifas emaranhadas e se encontram de duas maneiras:

  1. Vegetativo – se encontra para dentro da terra. Atua na absorção, é fundamental para a vida do fungo. Similar as raízes das plantas;

  2. Reprodutor – se encontra para fora da terra. Também conhecido como cogumelo ou corpo de frutificação.


Hifas especializadas –

  1. Rizoides: serve para ancoragem. Função de prender na superfície;

  2. Haustórios: de fungos parasitas que penetram nas células do organismo.

Nutrição:

Por serem heterótrofos, os fungos não conseguem produzir o próprio composto orgânico (seu alimento). São, então, divididos em dois grandes grupos:

Decompositores (sapróbios): se alimentam dos restos de outros seres vivos; e

Parasitas: se alimenta do hospedeiro, prejudicando-o.

Digestão extracorpórea: digestão que ocorre fora de sua célula. O fungo libera as hifas (micélio vegetativo), que soltam enzimas no organismo alvo, e, por sua vez, absorvem os nutrientes mandando-os para o resto do fungo. Existem dois casos:

  1. Fungos predadores: capturam a presa, como os nematoides, e se alimentam do organismo;

  2. Fungos que fazem associação harmoniosa: líquen e micorrizas.

Principais grupos:

São 4 filos e suas principais famílias:

Deuteromiceto?

Antigamente, estudou-se um grupo denominado como imperfeito que não se encaixava em nenhum dos quatro filos por causa de seu modo de reprodução. Hoje, o grupo foi "dividido" e é presente em cada um deles.


Filo Chytridiomycota:


  • Quitridiomicetos;

  • Referidos como fungos zoospóricos ou quitrídios;

  • Predominantemente aquáticos;

  • Apresentam flagelo;

  • Unicelulares ou multicelulares (hifas cenocíticas);

  • Célula flagelada (nos esporos podem haver flagelos para nadar);

  • Alternância de geração (ora o adulto é n ora 2n);

  • Sapróbios ou parasitas;

  • Controle biológico (predam nematoides);

  • Importantes decompositores.


  • OBS.: Batrachochytridium dendrobatidis, que está causando a diminuição da população de anfíbios numa parte do planeta.


Filo zygomycota:


  • Zigomicetos;

  • Não formam corpo de frutificação;

  • Sapróbios/parasitas/mutualistas;

  • Predominantemente terrestres;

  • Hifas cenocíticas;

  • Crescem dentro do seu próprio alimento (dissolvendo o substrato com enzimas extracelulares, e retirando nutrientes pela absorção ou por fagocitose)

  • Nesse grupo, encontram-se os fungos que se associam com as raízes formando as micorrizas, envolvidas na produção do molho shoyu, hormônios anticoncepcionais e medicamentos anti-inflamatórios.


  • OBS.: bolor preto dos pães (alimento + umidade).


Filo ascomycota:

  • Ascomiceto – filo mais diversificados;

  • São exímios decompositores;

  • Unicelulares ou multicelulares (hifas septadas);

  • Reprodução principalmente assexuada, sendo por brotamento nos seres unicelulares e por esporulação nos pluricelulares;

  • Importância:

  • - Muitos destes fungos produzem enzimas e diferentes metabólitos que são utilizados em setores industriais, produzindo queijos, antibióticos, vitaminas, ácidos orgânicos, etc.;

  • - Muitas espécies são conhecidas como patógenos devastadores de plantações ou causadores de doenças em animais, incluindo o homem;

  • - Levedura;

  • - Bolores (coloridos);

  • - Aspergillus (alimento/doença).

Filo basidiomycota:

  • Basidiomicetos;

  • São os mais familiares aos olhos (cogumelos e orelhas de pau);

  • Champignon (comestível);

  • Venenosas ou alucinógenas;

  • Hifas septadas;

  • Reprodução sexuada é mais frequente.

Liquens:


É uma troca de benefícios;

Fungos + algas ou fungos + bactérias – heterótrofos + autótrofos (geralmente, são fungos ascomicetos);

Reprodução assexuada (fragmentação ou sorédios);

Corantes;

Primeiros organismos a chegar em uma sucessão biológica;

Bioindicadores (altamente suscetíveis à população do ar).



OBS.: as "manchas" nas árvores são liquens facilmente notáveis e possuem uma variação de cor entre elas (vermelhas, verdes ou brancas). Isso indica a pureza do ar na região onde se encontra a árvore.


Micorriza:

Hifas unem-se com a raiz da planta. Ocorrem de duas maneiras:

  1. Ectomicorriza – se enrolam na raiz;

  2. Endomicorriza – penetra nas células da raiz da planta.

Troca de benefícios:

  1. Fungo ganha vitamina e açúcar;

  2. Planta ganha água, sais e proteção.

Reprodução dos fungos:

Podem ser sexuadas ou assexuadas:

*Germinação: esporo cai no ambiente e forma uma hifa por mitose


Assexuada (não há troca de materiais genéticos):

Fragmentação: parte do micélio se separa do corpo e cai em alguma superfície, a partir daí, se desenvolve formando outro corpo igual e igual.

Brotamento: comum nas leveduras. Nos fungos unicelulares, aparece um pequeno brotinho em seu corpo, que ira se transformar em uma célula idêntica. O broto pode cair e formar uma estrutura independente ou pode continuar grudado ao original e formar uma cadeia de células.

Esporulação: acima de corpo de frutificação estão os esporângios que formam de esporos, produzidos por mitose, que saem do corpo e se locomovem com o vento e eventualmente realizam germinação.

- Quitridiomicetos: esporos assexuados chamados zoósporos que possuem flagelos.

- Ascomicetos: formam esporos assexuados chamados conídios.


Sexuada (troca de material genético):

*cada grupo possui um tipo de esporo sexual especifico


Meiose Zigótica:

Zigosporos (zigomicetos)

Ascósporos (ascomicetos)

Baidiosporos (basidiomicetos)

Em cada grupo:

- Zigomicetos: as hifas entram em contato. Essas hifas estão produzindo núcleos, que por sua vez, agem como gametas. Como não podemos denominá-los "gameta masculino" ou "gameta feminino", chamamos de "hifa positiva" ou "hifa negativa", nas quais sempre se ligaram com o "sinal" oposto. Quando ocorre a fusão das hifas opostas, há uma formação do zigosporângio, que é uma estrutura dicariótica (possui 2 núcleos diploides). Cada núcleo diploide vai sofrer meiose zigótica, formando um total de quatro esporos, e esses, continuaram sofrendo mitoses até sair do esporângio, germinar e formar um novo indivíduo, que reiniciará o ciclo.

- Ascomiceto: esses tipos de fungo possuem hifas septadas e quando as extremidades dessas hifas opostas se fundem, eles formam corpos de frutificação dicarióticos (possuem 2 núcleos por espaço por célula) chamados de Asco carpos. Nas extremidades dessas hifas são formados ascos, que são células especializadas que tem seus núcleos fusionados e formam esporos por meiose. Após a meiose, são formados quatro núcleos haploides que em seguida sofrem mitose, formando oito ascósporos. Os esporos são liberados e eventualmente irão germinar outra superfície, formando mais um individuo que reiniciará o ciclo.

- Basidiomiceto: esses fungos também possuem hifas septadas e que formam corpos de frutificação. Quando corre a fusão de hifas opostas, também há a fecundação dos núcleos nos Basídios (estruturas localizadas nas extremidades de algumas hifas). Ocorrendo a meiose zigótica, os núcleos fundidos formam núcleos haploides (totalizando quatro), esses esporos são chamados de Basidiósporos, que quando liberados, germinam e reiniciam o ciclo.


Doenças:

Geralmente, os fungos convivem de forma harmoniosa com o corpo, mas podem provocar doenças quando conseguem ultrapassar as barreiras de proteção do organismo, o que ocorre principalmente durante períodos de queda da imunidade ou por ferimentos da pele. As doenças causadas por fungos são chamadas de Micoses.

Além disso, embora as infecções fúngicas sejam na maioria das vezes superficiais e facilmente tratadas, existem espécies de fungos que podem causar lesões profundas e, até mesmo, atingir a circulação sanguínea e órgãos, como pulmões.

Alguns exemplos de micoses encontradas facilmente:

Candidíase:

A espécie mais comum é a Candida albicans que apesar de habitar naturalmente o organismo, pode causar diversos tipos de infecções no organismo. As regiões mais afetadas são as dobras da pele ou mucosas, como a boca, vagina e reto. Além disso, a infecção pode ser grave a ponto de se disseminar pela corrente sanguínea a atingir órgãos como pulmões, coração ou rins, por exemplo. O contagio também ocorre durante relações sexuais.

  • Sinais e sintomas: ardor, coceira, inchaço na região genital; fissuras na mucosa; corrimento esbranquiçado; aftas; dor ao engolir alimentos.

  • Como tratar: normalmente é feito com pomadas antifúngicas e quando o quadro é mais grave, é utilizado comprimido ou medicação via veia.

  • Como prevenir: candidíase genital é evitada com a higienização correta da região. Alem de não utilizar roupas molhadas e utilizar camisinha nas relações sexuais.


Pitiríase Versicolor:

Também conhecida por micose de praia, é um tipo de micose causado pelo fungo Malassezia furfur, que produz uma substância que impede a pele de produzir melanina quando exposta ao sol. Assim, nos locais onde o fungo está, a pele não fica bronzeada, levando ao surgimento de pequenas manchas brancas. Esse tipo de infecção é comum em climas quentes e úmidos, por isso é frequentemente relatado no Brasil. Não é uma doença contagiosa.

  • Sinais e sintomas: manchas circulares amareladas ou esbranquiçadas na pele; descamação; manchas brancas que aumentam lentamente de tamanho; manchas que desaparecem após o verão.

  • Como tratar: utiliza-se antifúngicos em cremes, pomadas, sprays ou loções com aplicação localizada nas áreas manchadas. Se a micose retornar, aconselha-se ir diretamente ao dermatologista para algum tratamento especifico.


Micoses de unha:

Causadas por fungos como bolor ou leveduras, que se alimentam da queratina da unha.

  • Sinais e sintomas: unha amarelada, grossa e deformada. Pode ser transmitidas para áreas em torno do pé ou para outras unhas.

  • Como tratar: remédios em comprimido, pomadas, esmaltes especializados em micoses e até laser também é indicado, mas, para evitar o uso exagerado de medicamentos, é possível tratar com receitas caseiras e naturais. O tratamento para micose de unha é demorado porque o fungo só é totalmente eliminado quando a unha cresce. Por isso, o tratamento demora geralmente cerca de 6 meses para a micose das unhas das mãos e 12 meses para a micose das unhas dos pés.

Obs.: se não for tratada, pode originar infecções como a paroníquia, que é causada por bactérias e ataca a região ao redor da unha.

  • Como prevenir: manter as unhas cortada, limpas e secas. Evitar, também, andar com os pés descalços em locais onde há troncos em decomposição e onde transitam animais.


Pé de atleta:

O pé de atleta (Tinea pedis) também é conhecido como frieira e trata-se de uma infecção que afeta a pele dos pés. Ela é causada por fungos do gênero Tricophyton e pela espécie Epidermephyton floccosun. . O contágio se dá de pessoa para pessoa ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. Existem três tipos diferentes do problema, sendo:

Interdigital: é o mais comum. Afeta o vão entre os dedos e pode se estender para todo ele;

Mocassim: costuma ocorrer no calcanhar, planta e laterais dos pés, deixando a pele espessa, inflamada e descamada;

Vesicular: é o tipo mais grave e menos comum. Afeta a planta e peito do pé com bolhas e feridas dolorosas.

  • Sinais e sintomas: pele do pé avermelhada; descamação; fissuras; bolhas; coceira ou queimação.

  • Como tratar: o tratamento varia para cada caso, tanto em função do tipo de pé de atleta que se desenvolveu como pela extensão e gravidade das lesões. Quando elas são menos intensas, pomadas ou cremes podem ser suficientes. Em casos mais graves é necessário adotar um tratamento via oral.

  • Como prevenir: manter a área dos pés secas e higienizadas; não compartilhar toalhas, meias ou sapatos, por exemplo; evitar calçados fechados ou que impeçam a ventilação.

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